Menny Goodman

Menny Goodman

Para um garoto que gostava de jazz, Chicago era uma ótima cidade para se crescer. Músicos que haviam saído de New Orleans rumo ao norte por volta do início do século passado, e começo dos anos 20, gigantes como “Jellyroll” Morton, Sidney Bechet, “King” Oliver e Louis Armstrong mudaram-se para Chicago,  fazendo história.
Garotos que prestaram atenção a este desenvolvimento fizeram sua própria história em alguns poucos anos – Bud Freeman, Davie Tough, Eddie Condon, Milt Mesirow (Mezz Mezzrow), Gene Krupa, “Muggsy” Spanier, Jimmy McPartland, Jess Stacy – e um menino de calças curtas que tocava clarinete.
Benny Goodman tinha apenas 10 anos quando pegou no clarinete pela primeira vez. Apenas um ano depois já estava fazendo imitações de Ted Lewis por uns trocados. Aos 14 ele integrava a banda do legendário Bix Beirderbecke. Pela época dos seus 16 anos foi reconhecido como a”promessa que veio de longe” e foi convidado a integrar a banda Californiana liderada por um outro garoto de Chicago, Ben Pollack.

Goodman tocou na banda de Pollack pelos próximos quatro anos. Suas primeiras gravações foram feitas com Pollack, mas ele também gravou com sua própria banda em Chicago e Nova Iorque, de onde migraram para a costa oeste. Em 1929, quando ele estava com 20 anos, Benny se tornou um tipico freelancer, tocando em estúdios, liderando uma pequena orquestra, fazendo de si mesmo um experiente profissional.
Em 1934 ele estava experiente o bastante para a sua primeira grande ruptura. Ele ouviu que Billy Rose precisava de uma banda para seu novo Teatro-restaurante, o Music Hall, e Goodman tinha um grupo de músicos que compartilhavam seu entusiasmo pelo jazz. Eles fizeram uma audição e conseguiram o trabalho.

Depois, Benny ouviu dizer que a rádio NBC estava procurando por tres bandas para revezar no novo espetáculo chamado “Vamos Dançar”,(termo  que estava sendo associado à banda de Goodman desde então). Uma banda deveria ser suave, outra latina, e a terceira “quente”. A sua banda era “quente” o suficiente para pegar o emprego, mas não “quente” suficiente para satisfazer ele mesmo. Ele colocou Gene Krupa na bateria, Fletcher Henderson começou a escrever os arranjos  e a banda ensaiava interminavelmente para adquirir tempos precisos, conjunto e fraseado, características que os levaram a trilhar uma nova era na música americana. Havia apenas uma palavra que poderia descrever o estilo da banda adequadamente: Swing!

Após seis meses de transmissão costa à costa, a banda estava pronta para uma turnê através do país. A banda estava pronta, mas não o país. A turnê foi um desastre até o ultimo show em agosto de 1935, no Palomar Ballroom de Los Angeles. A única explicação possível para o que aconteceu lá é que “Vamos Dançar” era transmitida três horas mais cedo na costa oeste que na leste. Os jovens de Los Angeles tinham ouvido, e milhares deles foram ouvir a banda no Palomar. Eles não foram dançar: em vez disso se amontoaram em volta da banda para apenas para ouvir. Era um novo tipo de música para um novo tipo de platéia, e seu encontro no Palomar fez história.

Quando a banda tocou no Leste novamente, dois meses após o Palomar, eles se tornaram famosos. Eles tocaram por sete meses no Congress Hotel, em Chicago.
A banda tocou também no Paramount Theatre, onde eram  anunciados da manhã até a noite. Foi exaustivo para os jovens que esperaram por horas para dançar nos corredores da platéia. Foi mais exaustivo ainda para a banda: eles retornaram todas as noites ao Manhatan Room para mais Swing.
Aos 28 anos, Benny Goodman havia alcançado o que podemos chamar de  topo do sucesso. O novo programa de radio, “The Camel Caravan”, foi colocado no ar em horário nobre, e toda a nação ouvia não somente a banda mas comentário de alguns dos mais famosos e influentes críticos, incluindo Clifton Fadiman e Robert Benchley.
Mas isso não era o topo ainda. Em 16 de janeiro de 1938, Sol Hurok, o empresário com maior prestígio nos EUA, agendou a Benny Goodman Band no Carnegie Hall. Por gerações o Carnegie Hall havia sido o maior templo da arte musical, sede da New York Philarmonic e local de muitas estréias de importantes artistas (mesmo que eles já tivessem estreiado em outras milhares de salas de concerto).

Então esta não era somente uma estréia para Benny Goodman, mas para todo o jazz. Apesar de muitos outros terem se apresentado no Carnegie Hall, não houve nenhum outro concerto com tamanho impacto. Mesmo tendo feito posteriormente  sua estréia “erudita” no Carnegie alguns anos mais tarde, quando lá retornou para lançarr sua segunda carreira, como solista de orquestra sinfônicas e grupos de música de câmara.

Ele era indiscutivelmente o Rei do Swing – o título foi inventado por Gene Krupa – e reinou até sua morte em 1986, aos 77 anos. Através dos anos, ele tocou com os maiores nomes do jazz: Bix Beiderbecke, Louis Armstrong, Billie Holiday, Ella Fritzgerald, Count Basie, Mildred Bailey, Bessie Smith e incontáveis outros. Muitos que tocaram com ele como acompalhadores adquiriram fama e se tornaram lideres em suas próprias bandas, solistas, ou até mesmo atores em filmes e TV – Harry James, Ziggy Elman, Gene Krupa e Lionel Hampton para citar alguns como exemplo. Uma lista de sucessos de Benny poderia preencher um livro. De fato muitos livros foram preenchidos por seu devotado biografo Russ Connor.
Sua vigorosa carreira, extendendo-se por mais de seis décadas, teve um impacto sem precedents na música popular e e grande importancia no clarinete tanto para o jazz quanto para a música  erudita. Milhares de jovens por todo o mundo foram influenciados a tocar clarinete ao ouvir as gravações e performances de Benny Goodman, sem contar aqueles que passaram a tocar jazz depois de ouvi-lo tocar. A popularidade do formato “big band” é um outro legado deste gênio musical.

2 responses to this post.

  1. Posted by jhon on julho 5, 2011 at 12:05 am

    muito bem , legal meu me emcionei com essa história ,até parsce que fui eu o artista que vivel tudo isso………

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  2. Posted by jack on setembro 28, 2011 at 3:26 pm

    Legal….Se eu não me Engano o nome correto é BENNY GOODMAN…abraço

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